8º Mito – A bateria de um carro elétrico fica viciada

O facto em si mesmo é indiscutível. Qualquer bateria de lítio fica viciada com o seu uso. A questão é QUANTO fica viciada e se isso tem qualquer impacto real.

Carro a carregar

A Bateria de um Carro Elétrico Fica Viciada?

Num carro elétrico podemos considerar a bateria como sendo o “motor” do próprio carro. Isto porque os verdadeiros motores, os motores elétricos, têm praticamente uma vida infinita devido à sua construção. Por outras palavras, os motores elétricos praticamente não se gastam. A bateria de um carro elétrico é assim o mais parecido com o conceito de um motor de um carro a combustão, que se vai desgastando com o uso.

Por outro lado, existem algumas comparações com as baterias dos telemóveis. Mas as baterias dos carros elétricos são muito diferentes das baterias dos telemóveis, que por terem de ser pequenas e de muito baixo custo e exigirem menor durabilidade, têm muito menos tecnologia associada.

As baterias dos carros elétricos são feitas para durar e terem um “desgaste” pequeno. Após 4 anos dos carros elétricos estarem a ser massificados em vendas, começamos a ter dados reais do desgaste real das baterias. Os valores medidos no terreno apontam para perdas de capacidade muito pequenas. De facto, após 5 ou 6 anos de vida de um carro elétrico, estamos a falar de valores entre os 5% e os 20% do total da capacidade.

Porque as Baterias dos Carros Elétricos têm Menor Desgaste?

Porque as baterias dos carros elétricos são optimizadas para não perder a capacidade.

Têm sistemas de refrigeramento líquido, controlo de carga, medição precisa do estado da bateria. Claro que nem todas as marcas e modelos têm tecnologias iguais. A Tesla sempre esteve à frente nesta questão, mas com o passar do tempo aquilo que eram tecnologias que apenas a Tesla detinha estão a ser implementadas pelas outras marcas.

E o real impacto? Praticamente nulo. Mesmo considerando uma perda de 20% após 6 anos, o carro elétrico continua perfeitamente funcional e o impacto na autonomia para a vida quotidiana permanece irrelevante. Tanto, que está a existir uma explosão dos postos de carregamento. Daqui a 6 anos será normal poder carregar um carro elétrico virtualmente em qualquer lugar. A importância de uma autonomia alargada vai cada vez mais ser menos importante.

O outro fator tem a ver com o custo de substituição das baterias. As baterias dos carros eléctricos estão a decrescer de preço 30% a cada ano. Em Agosto de 2019 devido à abertura de 6 minas de lítio, apenas na Austrália existe excedente de extração de lítio, tendo provocando uma quebra de 30% em apenas 6 meses. Com a massificação da construção de baterias, maturação da tecnologia de extração de lítio, produção e carga das baterias, o custo das baterias reduziu-se já em 75% nos últimos 4 anos e a tendência continua. Não será estranho se vier a ser mais barato substituir a bateria do que o vidro do pára-brisas.